Os vícios da web: uma visão baseada no Internet Explorer

Por RamonPage

DESDE QUANDO COMECEI a desenvolver para a web, nunca presenciei um momento tão interessante: a tomada de decisão em atualizar ou não um navegador.

É natural e praticamente instantâneo na vida de qualquer usuário de computador sempre atualizar os programas que utiliza, ainda mais quando eles são freeware, porém certos usuários que também deveriam entrar na onda (profissionais web, em especial), acabam tendo de se controlar com as novidades, quando falamos de navegadores web. Mas… Por quê?

O caso Internet Explorer

Assim como praticamente toda a família Microsoft, o Internet Explorer foi como a menina dos olhos para praticamente toda a população de internautas. Sim, tivemos o Netscape como estopim, liderando no início de tudo, mas a figura do IE foi inserida no mercado de tal maneira que ele, incrivelmente, até hoje é preferência da maioria dos internautas1.

1 — Podemos levar em conta o fato de o IE ser o navegador padrão do Windows e ser parte integrante da sua instalação, mas minha análise não pretende se ater a dados estatísticos.

O começo dos problemas

Em decorrência do rápido desenvolvimento da internet, vários fatos foram se manifestando em conjunto, como o crescimento de profissionais especializados em web, do número de internautas e, conseqüentemente, dos usuários de IE.

Não me prendendo a datas, nem a versões, chegou um momento em que o IE acabou se tornando sinônimo de internet, assim como o Bombril para a palha de aço e o Gillette para a lâmina de barbear. Isso tornou a utilização e manutenção da internet de forma irregular e acomodada.

O fim da supremacia IE e a contradição na sua utilização

Acredito que os desenvolvedores web só se tocaram de certas importantes premissas ao desenvolver depois de descobrir que a internet não é só feita de IE. Isso se tornou preocupação até para a própria Microsoft, já que ela se impulsionou a desenvolver um navegador completamente remodelado, o IE 7.

Neste momento, o refinamento inserido no IE 7, que foi responsável pela substancial alteração de sua engine, fez do até então sinônimo de internet uma grande dor de cabeça, sobretudo para os desenvolvedores web.

Usar ou não usar IE 7? Atualizar ou não? Mas como atualizar, se a internet ainda é feita de IE 6? O IE 6 ainda é sinônimo de internet!

Tenho esse momento como um fato histórico, assim como a queda do Netscape e espero que ele sirva de reflexão para muitos profissionais da área. Ou seja, assim como a Microsoft acordou para uma nova realidade, nós também devemos acordar para a realidade da Internet.

Onde quero chegar

A internet é constituída de pessoas, portanto é preciso saber lidar com a liberdade de escolha de quem a usufrui, assim como acontece com a liberdade do navegar.

Nós, profissionais de web, devemos esquecer o fato de o IE ser o mais usado, ou se o Firefox é o mais bem acabado. Devemos nos desprender de nossos vícios como internautas e nos inserir num patamar de idealizadores de uma web melhor; e para que isso se torne uma realidade, devemos não nos esquecer de certos princípios básicos:

Conclusão

Chegará um momento em que o IE 6 será apenas passado e nos restará, apenas, a eterna busca por uma internet mais dinâmica, usual e eficiente. Neste momento, a Internet se chamará realmente Internet e o Internet Explorer será nada mais que um navegador.

Cada coisa no seu devido lugar! ;)

Marcado em:

* * *