Web design fora da caixa

Por RamonPage

VOCÊ É WEB designer e trabalha em equipe mista (web designers, desenvolvedores e programadores)? Está com dificuldade em tornar seu trabalho produtivo no que diz respeito ao projeto como um todo? Vou tentar explicar um pouco do que penso sobre isso neste post.

A essência do design aplicado na web

O ponto mais importante de todos talvez seja: não tente imaginar a mídia web como se fosse mídia impressa. São realidades completamente diferentes! Na mídia impressa usamos CMYK, na web RGB. A mídia impressa usa centímetros, já a web usa pixels. Na mídia impressa a tipografia é estática (como uma foto), na web a tipografia muda de acordo com o ambiente (como se tivesse vida).

Nós precisamos entender que a essência do design é sempre mesma1, porém a aplicabilidade deve ser sempre de acordo com o tipo de trabalho. Nenhum website é entregue encadernado.

1 — Uma sucinta explicação do que é design: imaginar, elaborar e confeccionar algum artefato, utilizando a arte criativa para conceber o resultado.

Web design não é print screen

Imagine a seguinte cena: o programador abre sua IDE de desenvolvimento, programa todas as rotinas necessárias para uma determinada funcionalidade ter vida, salva um arquivo .txt e apresenta para a sua equipe. Não tenha dúvidas de que a maioria vai pensar: “Legal, código bonito, mas não seria melhor ver como ele funciona?”. A sensação que eu tenho sobre o que nós pensamos sobre web design é a mesma. O indivíduo abre o Photoshop, faz uma deslumbrante tela e apresenta o resultado em imagem estática. Pensem: uma página web é como um organismo vivo, que pode se manifestar de formas diferentes de acordo com o ambiente. Ou seja, o que determina a boa disposição de um layout são os textos, imagens, multimídia ou qualquer outro compontente que o componha.

Completando sabiamente o assunto, Zeldman outro dia disse:

Content precedes design. Design in the absence of content is not design, it’s decoration.

Seja qual for o projeto, o mais importante de tudo sempre será o conteúdo.

Não quero dizer que todo web designer deve ser um guru de HTML, CSS e – quem sabe – JavaScript, mas é imprescindível que se tenha a noção de quais recursos usar para tornar um print screen realidade. Eu costumo julgar a qualidade de uma marcação HTML/CSS da mesma forma que julgo layouts. Penso ser tudo parte de um mesmo universo. O web designer precisa entender que aquele título feito em 20pt no Photoshop precisa ser um <h1> ou <h2> (dependedo do caso), para atribuir SEO ao site, por exemplo.

Web design e as Metodologias Ágeis2

Tenho percebido que há uma carência muito grande de web designers que saibam trabalhar com Metodologias Ágeis. E isso é uma pena, porque o sentido da metodologia ágil – ao pé da letra – é tornar a equipe unida e produtiva em toda as fases do projeto. Estariam os web designers sendo individualistas?

2 — Uma metodologia ágil é aquela que une diversos princípios para melhorar a comunicação entre todos os envolvidos num projeto (inclusive o cliente) e também ajuda na concepção do que realmente precisa ser feito, sempre respondendo às mudanças que o produto sofre, não se apegando à especificações imaginárias.

Falando especificamente de Metodologias Ágeis, alguns Scrum Masters optam por adiantar os sprints de design, fazendo, assim, os chamados mini-waterfalls, outros, como eu, preferem integrar as tarefas de design junto das demais. Cada um tem a sua justificativa (o link do mini-waterfall explica um pouco disso) e a minha está ligada ao que falei acima: conteúdo precede o design. Não vai ser útil ter só a tela do photoshop, porque aquela paginação pode precisar de 20 itens por página e não 10, aquela galeria pode precisar de um controle para remover a foto que o web designer não imaginou no seu desenho, o nome do usuário fulano pode ser grande o suficiente para quebrar a caixa de profile e assim por diante.

Fazendo o web designer pensar fora da caixa

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