HTML5 e o outro lado da moeda
Por RamonPage
PARA VOCÊ QUE leu meu último post sobre HTML5 e encarou com estranheza a idéia de que só em 2022 ele estará definitivamente "pronto para uso", alguns pontos importantes precisam ser esclarecidos. Saiba quais são eles.
1. Compatibilidade dos browsers
A expectativa é de que em 2009 (data programada para um novo rascunho) o HTML5 já esteja suportado na maioria dos browsers modernos, mas não por completo.
Assim como a guerra dos browsers propõe, cada browser deve se basear primeiramente naquilo que lhe convém. Dentro deste tema, será interessante ver a abordagem das tags <audio>
e <video>
que certamente implicarão em interesses pessoais de Microsoft (Media Player) e Apple (QuickTime).
2. Implementação incompleta
Veja uma pequena lista de implementações catalogada pelo pessoal do whatwg, cujo trabalho é voltado exatamente no HTML5.
Veja outra lista no wikipedia. O Opera Browser (Presto Engine), como já é de se esperar, tem o melhor suporte até então.
3. Cultura
Passamos um bom tempo até chegarmos numa web satisfatória (mesmo que numa percentagem pequena ainda). Poucos anos atrás, não existia a preocupação nos desenvolvedores em manter a marcação de seus sites organizada, que dirá pensar em standards: era perda de tempo demais!
Agora, nos deparamos com uma nova realidade, já que até quem trabalha com XHTML 1.x poderá se converter para o HTML5. Mas, será que os desenvolvedores querem mesmo isso? Esse ponto é importantíssimo para aqueles que correlacionam padrões web apenas com XHTML. Ledo engano.
John Resig, aquele do Jquery, escreveu no início do ano sobre uma forma prática de implementar sempre o mais recente DOCTYPE nas marcações. Essa técnica será válida para o HTML5. Assim, os desenvolvedores poderiam continuar com seu HTML4 e ir adicionando funcionalidades ao longo do tempo – de acordo com a compatibilidade dos browsers – dentro da marcação HTML5. Como o DOCTYPE não define a versão da marcação, ele sempre procurará corresponder à mais recente encontrada.
O código é simples:
<!DOCTYPE html>
Essa seria uma forma interessante de comerçarmos a nos acostumar com o HTML5.
Conclusão
Apesar de existir um longo caminho até o HTML5 substituir completamente o HTML4, estamos próximos de conseguirmos utilizá-lo aos poucos, já com certa compatibilidade de recursos nos browsers. De qualquer forma, penso que a “cultura” que trato neste artigo está diretamente ligada à previsão de 2022 tratada no artigo anterior, visto que certamente haverá um bom tempo até que alguma parte dos desenvolvedores/web designers se conscientizem da nova realidade. Vale lembrar que tínhamos bom suporte à HTML standard há muitos anos (mais de uma década) e só agora, desde poucos anos atrás, nos tocamos disso. :P
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